Após parada cardíaca de 55 minutos, mulher vive com poucas sequelas

“Eu tive que morrer pra saber que Deus é o meu mantenedor”

Andiara vivia sua vida normalmente como a maioria das pessoas. Natural de Ivinhema – Mato Grosso do Sul, ela se mudou para Hortolândia – SP, em busca de trabalho. Encontrou emprego em um salão de beleza dentro de um grande shopping da região e acabou conhecendo também o homem com quem planejava dividir a vida.

Tudo parecia ir bem, mas os anos se passaram e todos os dias ela saía de casa tentando encontrar realização profissional e pessoal. Voltava à noite e tudo continuava igual. O casamento que há 10 anos havia começado, já lhe presenteara com seus bens mais preciosos: os dois filhos. Entretanto, naquele momento, parecia que a relação com o marido aos poucos se despedaçava. Existia um vazio em sua vida que há tempos não sabia identificar.

Em uma consulta médica de rotina, Andiara foi pega de surpresa com a notícia de um possível tumor no útero. Às pressas, a cirurgia foi marcada e por terem descoberto no início, a doença foi revertida com a retirada do órgão.

Os primeiros dias de recuperação foram um sucesso. Cuidada pela mãe e pelo esposo, Andiara se sentia cada dia melhor. Contudo, no quinto dia após a cirurgia, um calor extremo somado à muita falta de ar, resultaram em três paradas cardíacas consecutivas, sendo a terceira delas, fatal. Já havia se passado 15 minutos em que Andiara não respondia mais aos estímulos, não respirava, e não tinha pulso algum em seu coração, quando a primeira ambulância chegou.

Sem a aparelhagem necessária, foi preciso ligar para outra equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Quando os profissionais finalmente chegaram, o relógio marcava 55 minutos desde a última parada cardíaca. Com a delicadeza e sensibilidade que momento pedia, um dos paramédicos tentou explicar para a família que já havia passado muito tempo, e que o desfibrilador poderia fazê-la voltar, mas que provavelmente ela viveria o resto da vida em estado vegetativo.

 

Sem pensar duas vezes, a mãe respondeu: “Não importa como ela vai ficar. Eu cuido dela para o resto da vida se for preciso. Só tragam a minha filha de volta!” A ordem foi dada e o aparelho de choque foi posicionado, mas antes que os paramédicos pudessem realizar a descarga elétrica, o coração de Andiara voltou a bater sem nenhuma intervenção.

Ela foi levada para a UTI e mesmo não sendo possível identificar todas as sequelas logo de início, os médicos continuavam alertando mãe e esposo de que a paciente passaria o resto da vida inconsciente, em uma cama. Ao se deparar com a dura realidade, seu esposo resolveu deixá-la.

O que ninguém esperava era que Andiara teria uma recuperação rápida e efetiva. Em 30 dias ela recebeu alta da UTI, já respondia a estímulos e retomava alguns movimentos. Aos poucos, com auxílio de sua mãe e de vários tratamentos, Andiara pode voltar para casa em uma cadeira de rodas.

Foi nesse momento de sua vida, que Andiara recebeu o convite para estudar a Bíblia com um senhor Adventista que morava na vizinhança. Além de lhe apresentar o Cristo da Bíblia, se tornaram grandes amigos. Ela passou a frequentar a igreja e uma grande rede de apoio começou a surgir naquela comunidade. Após tudo o que ela havia passado, começou a entender que Deus tinha um propósito em sua vida e aceitou a Jesus como seu Salvador pessoal. “Eu tive que morrer pra saber que Deus é o meu mantenedor”, reflete. Andiara se batizou na Igreja Adventista do Instituto Adventista de São Paulo (IASP – Hortolândia).

No ano seguinte, ela já se sentia bem mais independente e recuperada. Ainda utilizando uma cadeira de rodas para se locomover, Andiara resolveu voltar ao estado de Matos Grosso do Sul e morar próximo à família de seu falecido pai, na cidade de Dourados. Lá ela refez sua vida, encontrou uma nova rede de amigos na igreja e por meio de uma rede social, conheceu um rapaz que se declarava Adventista do Sétimo Dia.

Eles começaram a conversar e Juan Pirela contou à nova amiga que estava se preparando para o batismo, mas que há muitos anos já havia sido adventista, portanto, se considerava como tal e pretendia se rebatizar em breve. Em inúmeras conversas por mensagens de texto, Ruan e Andiara encontraram vários pontos em comum, o que foi suficiente para saberem que queriam mais do que apenas amizade. Seu primeiro encontro foi no final da tarde de uma sexta-feira, quando fizeram juntos o culto de pôr do sol. O namoro começou e logo resolveram se casar.

Hoje, Andiara não precisa mais da cadeira de rodas para se locomover. Com os movimentos quase todos recuperados, ela tem o auxílio apenas de uma muleta para se equilibrar. Ela e Juan vivem sua vida simples e feliz, e em um ano e meio de casados, nunca permitiram que as dificuldades fossem empecilhos para continuarem pregando o evangelho.